Prefeitura inaugura nova modalidade de acolhimento em São Paulo
a Unidade de Acolhimento (UNA) Amor à Vida, um serviço especialmente voltado para as pessoas em situação de rua que têm dificuldade em permanecer nos serviços convencionais da rede socioassistencial.
A Prefeitura de São Paulo inaugurou na manhã de 5 de dezembro a Unidade de Acolhimento (UNA) Amor à Vida, um serviço especialmente voltado para as pessoas em situação de rua que têm dificuldade em permanecer nos serviços convencionais da rede socioassistencial. Em parceria com o Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, o serviço disponibiliza 300 camas distribuídas em três andares de um edifício localizado na Rua General Carneiro, 175, no centro histórico da capital, locado pela organização responsável.
“São Paulo está dando uma resposta bastante importante com relação a essa questão, estamos avançando muito, mas sabemos que ainda temos muito para fazer. Temos hoje várias modalidades, buscando cada vez mais um serviço humanizado. Temos os Centros de Acolhimento Especiais, os abrigos normais, alugamos 4 mil vagas em hotéis, as Vilas Reencontro, agora este novo equipamento, tudo para fazer um atendimento adequado para cada perfil das pessoas em situação de rua, acolhendo homens e mulheres trans, pessoas com cachorros, são novas modalidades de atendimento para conseguirmos abranger todas essas pessoas”, disse o prefeito Ricardo Nunes.
, |
Os três andares do prédio são destinados a atender até 300 pessoas, entre homens, mulheres e trans, em pisos separados. Cada andar é equipado com oito banheiros com chuveiros e adaptações que permitem acessibilidade para pessoas com deficiência. Os acolhidos poderão repousar, tomar banho e se alimentar no serviço.
“Este é mais um espaço de acolhimento diferenciado, com baixa exigência, onde as pessoas podem chegar ou sair no horário que quiserem, com direito a banho, jantar, café da manhã, sem regras pré-estabelecidas de horários para entrar ou sair, ou seja, uma forma de acolhimento voltada para um público com dificuldades com os modelos e regras tradicionais, para que possa haver mais humanização”, disse o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra. “Não é uma forma de atendimento que buscamos vínculos sociais, mas atender as necessidades imediatas daqueles que vem”, completou.
A parceria com a Prefeitura garantirá 600 refeições diárias, sendo 300 jantares e 300 cafés da manhã, e fará um repasse mensal de R$ 390.780,00 ao Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, que já tem experiência no atendimento às pessoas nesta condição e gerenciará os serviços nos três andares contemplados na parceria.
“As pessoas precisam de dignidade, de uma roupa limpa para poder se deitar. Tomei banho em um albergue e me deram jornal para me secar depois do banho, fiquei com aquela tinta toda no rosto, no corpo. Aqui é toalha de verdade, é lençol de verdade, é colchão de verdade. As pessoas que vão tratar do pessoal de rua, são pessoas que têm vivência de rua e que sabem respeitar os colegas que estão na rua, porque viveram aquilo, sentiram na pele o que é isso, como eu, que vivi 6 anos em situação de rua”, destacou o presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua, Robson Mendonça.
O serviço funciona de portas abertas, das 17h às 8h. e surge como alternativa às pessoas que estão há mais de um ano em situação de rua e evitam outros serviços da rede socioassistencial que têm regras como horários de entrada e saída.
“Eu só tenho que agradecer. Sou desenhista de moda e tive problemas financeiros que me deixaram na ruína e agora encontrei mais uma oportunidade para me reerguer na vida”, disse o acolhido Walter Magalhães da Silva.
O novo equipamento terá em seu quadro de funcionários pessoas com histórico de situação de rua, sendo 5% das funções voltadas ao público LGBTQIA+. O Amor à Vida contará com 18 monitores, quatro auxiliares de serviços gerais, quatro auxiliares de limpeza, quatro auxiliares de cozinha, três auxiliares administrativos e duas cozinheiras, além de um gerente e um assessor de projeto.
Como serviço Porta Aberta, o usuário pode entrar, tomar banho, fazer uma refeição e pernoitar, caso deseje. A nova modalidade de acolhimento visa oferecer também auxílio à reconstrução dos laços sociais e da dignidade, que são prejudicados durante exposição à realidade sofrida nas ruas. Além dos serviços oferecidos pela SMADS (alimentação, banho e pernoite), o espaço irá ofertar outras atividades administradas pelo Movimento Estadual da População em Situação de Rua.