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Fones de ouvido ameaça mais de 1 bilhão de jovens e adolescentes no mundo, alerta a OMS

Fones de ouvido ameaça mais de 1 bilhão de jovens e adolescentes no mundo, alerta a OMS

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Da Redação

 

É só olhar ao redor para encontrar alguém com fones de ouvido. Na academia, no ônibus, no metrô e até mesmo na hora de estudar ou trabalhar esses acessórios estão se tornando companheiros quase inseparáveis dos nossos ouvidos. Como em todo comportamento excessivo, aqui também é preciso cuidado. “O uso prolongado e contínuo de fones de ouvido em alto volume pode causar danos irreversíveis ao sistema auditivo”, alerta o médico Andy Vicente, otorrinolaringologista do Hospital CEMA, há mais de 40 anos uma referência em olhos, ouvido, nariz e garganta na cidade de São Paulo.

Qualquer dispositivo eletrônico que emita som acima de 60 decibéis é considerado prejudicial à saúde dos ouvidos. No caso dos fones de ouvido, o som pode chegar ao dobro do recomendável, com graves consequências.  “A exposição prolongada a altos níveis de ruído pode provocar a perda gradual da audição, por lesionar as células sensoriais da orelha interna”, explica Andy Vicente. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 25% da população brasileira apresentam algum grau de perda auditiva. O dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) ocupa ainda mais: a entidade internacional avalia que 1 bilhão e 100 mil adolescentes e jovens adultos estão em risco de perda auditiva, exatamente pelo uso abusivo de dispositivos pessoais de áudio, inclusive smartphones. Estudo recente liderado pelos pesquisadores Jiang W e Zhao F, publicado no portal National Center for Biotechnology Information (NCBI) - Daily music exposure dose and hearing problems using personal listening devices in adolescentes and young adults: A systematic review (
Dose diária de exposição à música e problemas de audição usando dispositivos de escuta pessoal em adolescentes e adultos jovens: uma revisão sistemática) -  aponta que 58% dos adolescentes e jovens pesquisados estão expostos a níveis sonoros acima do esperado.

Segundo o médico do CEMA, os fones de ouvido são mais prejudiciais à saúde auditiva, porque alguns modelos podem atingir até 120 decibéis - mas o som do carro, do videogame e de algumas baladas podem atingir até 130 decibéis, o que aumenta ainda mais os danos aos ouvidos.

O especialista informa que os primeiros sintomas desta perda auditiva são intolerância a sons intensos, zumbido, vertigem, irritabilidade, cefaleia, falta de concentração e ansiedade. E manda um alerta aos pais. “É preciso observar os adolescentes e jovens e buscar orientação médica assim que surgirem os primeiros sintomas”.

O médico dá ainda algumas dicas para desfrutar da tecnologia com segurança:

  • Ajuste a intensidade sonora dos dispositivos eletrônicos sempre para 60 decibéis;
  • Evite ouvir música em alto volume por períodos prolongados. Caso não seja possível, permita-se alguns dias de descanso após uma exposição prolongada;
  • Em festas, baladas e shows, evite ficar próximo às caixas de som;
  • Opte por fones de ouvido de concha, menos prejudiciais que outros modelos.

Para mais informações sobre o Hospital e seu braço social, o Instituto CEMA, acesse: http://www.cemahospital.com.br

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