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Zerrenner e Bülow e a Companhia Antarctica Paulista.

Zerrenner e Bülow e a Companhia Antarctica Paulista.

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João Carlos Antônio Frederico Zerrenner (Lübeck, 4 de maio de 1843 — 8 de setembro de 1933) foi um empresário alemão naturalizado brasileiro. Junto com Adam Ditrik von Bülow fundaram a Zerrenner, Bülow & Cia, em sociedade em partes iguais.

Em 1891 através de Decreto do marechal Deodoro da Fonseca autoriza a Antarctica a funcionar como sociedade anônima. Entre os acionistas, estavam o alemão João Carlos Antônio Frederico Zerrenner e o dinamarquês Adam Ditrik Von Bülow, naturalizados brasileiros e proprietários da empresa Zerrenner, Bülow e Cia., exportadora e corretora de café. Eles importaram e financiaram equipamentos da Alemanha para modernizar a produção de cerveja e assumiram o controle acionário da Antarctica.

Casou-se com Helene Mathilde Ida Erna Kruschke, 22 anos mais nova, em 7 de junho de 1907.

Nos últimos anos de vida, o comendador Antônio Zerrenner e sua esposa se viram forçados a permanecer fora do Brasil por prescrição médica e deixaram a administração de seus bens no Brasil aos cuidados de procuradores.

Com a morte de Antônio Zerrenner em 1933, Helena tornou-se herdeira de uma grande fortuna acumulada.

Helena morreu sem deixar descendentes e seu testamento deixou toda herança em prol da Fundação Antônio Helena Zerrenner (FAHZ) que presta assistência gratuita à saúde e à educação.

Adam Ditrik von Bülow (Sorø, 1 de março de 1840 — São Paulo, 22 de maio de 1923) foi um dos acionistas da Companhia Antarctica Paulista, que foi um dos marcos da modernização no Brasil.

Casou-se em 23 de abril de 1879 em Copenhague com Anna Luise Ottilie Schaumann, filha do farmacêutico Gustav Schaumann e  tiveram seis filhos.

Era filho de uma famlília abastada na Dinamarca e estudou Direito na Faculdade de Direito (Det Juridiske Fakultet; Jura) da Universidade de Copenhague.

Adam veio ao Brasil em 1865 Devido à situação difícil em que a Dinamarca se encontrava após a guerra com a Alemanha, mas principalmente devido à relação difícil com a família em Mørup, que eram religiosos fervorosos. Sem avisar a família, tomou um veleiro rumo a Nova Iorque, mas que teve que mudar sua rota e desembarcou no Rio de Janeiro. De lá, seguiu para Rio Claro onde permaneceu por seis meses com uma família de conhecidos.

Foi para São Paulo em 1867 para trabalhar como professor em uma escola alemã, e em seguida foi trabalhar com uma empresa de importação. Em 1869 foi trabalhar para a companhia de importação e exportação C. Budich & Co. em Santos, tornando-se posteriormente sócio.

Em 1873 veio sua grande oportunidade, ao arrematar em um leilão o navio "Giovanni Luigi" juntamente com João Carlos Antônio Frederico Zerrenner. Em 1876 terminaram a reforma do navio e fundaram a Zerrenner, Bülow & Cia, em sociedade paritária. Esta em breve tornou-se uma das mais importantes empresas de importação e exportação de São Paulo, e uma das quatro maiores exportadoras de café de Santos, com sede no Prédio Duplo do Valongo na cidade de Santos, em baixo da câmara de Vereadores.

Em 1889 pôde se naturalizar brasileiro, após uma resolução da recém criada república, que permitiu aos estrangeiros que quisessem trabalhar no Brasil pudessem se naturalizar, o que criou maior confiança em se integrar ao país.

A Zerrenner, Bülow & Cia. atuava principalmente no ramo de exportação de café mas também facilitava a importação de lúpulo, cevada e equipamentos para a Companhia Antarctica Paulista, que enfrentava dificuldades financeiras e não conseguia pagar pelos equipamentos que havia importado.

Em 1893, na posição principal credora, a Zerrenner, Bülow & Cia. assumiu o controle acionário da Antarctica. Os negócios da empresa começaram a melhorar em 1899 e através da aquisição da cervejaria Bavária e com a construção de novas fábricas, a Antarctica veio a se tornar uma das maiores cervejarias do Brasil.

A libertação dos escravos de 1888 deixou as plantações de café sem mão-de-obra, que foi gradualmente substituída por imigrantes europeus, colocando os fazendeiros em dificuldades financeiras. Desta forma Adam e Zerrenner se tornaram proprietários de cinco fazendas, através da Cia. de São Paulo Cafeeira fundada em 1910. A Fazenda Val de Palmas tinha antes da crise de 1929 4 473 000 pés de café e era considerada a maior fazenda de café do Brasil.

A crise do café teve grande impacto na situação financeira do Brasil, em particular no estado de São Paulo, e também afetou diretamente os negócios cafeeiros da Zerrenner, Bülow & Cia que passou a se focar nos negócios da Antarctica. A Zerrenner, Bülow & Cia. era detentora do controle acionário da Antarctica e detinha toda a distribuição de seus produtos.

Com a morte de Adam e posteriormente de Zerrenner em 1933 e de sua viúva em 1936, a Zerrenner, Bülow & Cia. foi encerrada e o controle da Antarctica se deu através das ações pertencentes à família von Bülow através de uma trading famliar.

Quando a Segunda Guerra Mundial explodiu em 1939, Ademar de Barros, na época interventor federal no estado de São Paulo, não teve dúvida em ocupar militarmente a sede da Antarctica, empresa fundada por alemães, então em guerra com o Brasil. A invasão significou um dilema para Getúlio Vargas, que havia sido amigo íntimo de Adam Ditrik von Bülow. Temendo perder apoio político no futuro, Vargas pediu a Ademar de Barros que não causasse problemas à Antarctica.

 

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