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Parque do Ibirapuera Privatizado

Parque do Ibirapuera Privatizado

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Um Parque do Ibirapuera mais conservado e sinalizado, mas sem perder a essência. É o que promete a Construcap, empresa que venceu a licitação para concessão do espaço, na zona sul da capital paulista. Em um processo cercado de dúvidas, questionamentos - e boatos -, a empresa promete melhoras em algumas estruturas, como um deque no lago, e uma atração repaginada: o Museu do Folclore, no Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra), que hoje está fechado. Ela também poderá explorar mais lojas e quiosques nesse espaço. 

A empresa detalhou parte das propostas, como "vacina" a informações falsas das redes sociais (dando conta até de shoppings e de restaurantes fast-food no Ibirapuera). Organizações de defesa do parque e membros do conselho gestor do local, porém, questionam a forma como o processo tem sido conduzido pela gestão Bruno Covas (PSDB). Segundo o presidente da empresa, Roberto Capobianco, o destaque será um aplicativo de celular.

Ele apresentará o parque aos usuários e passará a agenda de eventos do mês. Imóveis e árvores serão sinalizados com placas com QR Code, para apresentar digitalmente informações de cada bem. "O que queremos é manter a identidade do parque", diz.Nesse sentido, segundo ele, não há segredo sobre como a empresa fará dinheiro. "O Ibirapuera recebe 15 milhões de visitantes por ano", diz. "Se 10 milhões deles consumirem R$ 5 no parque, teremos uma receita de R$ 50 milhões", afirma. 

O novo Museu do Folclore será instalado no Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra), prédio anexo à marquise que, também está fechado. O acervo é da Prefeitura e esteve até o fim dos anos 1990 na Oca. Grandes eventos temporários, como shows, não fazem parte dos planos. Capobianco diz temer o efeito de multidões. "Faremos atrações pequenas, em locais pouco frequentados, com os músicos do auditório", diz.

O ponto em aberto é a marquise. A cobertura que interliga os prédios desenhados pelo arquiteto Oscar Niemeyer tem problemas estruturais e precisa de obras que não estavam prevista no edital da gestão Covas. Há trechos que estão interditados. Capobianco diz que a empresa está aberta a negociar termos do contrato de concessão para assumir a obra. Nega, entretanto, a possibilidade de ampliação do tempo, de 35 anos.



Plano diretor
Depois de questionamentos na Justiça por parte do Ministério Público , a Prefeitura teve de elaborar um plano diretor para o Ibirapuera com as normas de conservação para o parque, antes de finalizar a concessão. Integrantes do conselho gestor do Ibirapuera criticam a "pressa" da gestão Bruno Covas (PSDB) em fazer uma proposta.

O geógrafo Giuliano Cossolin, um dos membros, destaca que o plano deveria vir antecedido de pesquisas com usuários sobre o que a população quer para o parque. "Não temos prazo. Queremos o melhor", diz.A Prefeitura chegou a marcar em junho duas audiências públicas para apresentar o plano - um conjunto de diretrizes que, segundo Cossolin, tinha textos idênticos aos do edital de concessão.

O Ministério Público negociou o adiamento das reuniões. "Aguardo a resposta para uma série de questionamentos que fizemos", diz o promotor público Carlos Henrique Prestes de Camargo. A Prefeitura informou que o material apresentado originalmente está sendo "revisto".  

Mitos sobre a Privatização do Parque:

  • Os parques ganharão catraca e a entrada será paga.
  • Haverá aumento de área impermeável com construção de novos atrativos e edificações.
  • As árvores e áreas verdes dos parques serão desmatadas para pavimentação de ruas e construção de prédios com foco em ampliar o lucro da concessionária vencedora.
  • O lago do Ibirapuera será transformado em espaço para estacionamento.
  • Será construído um autódromo dentro do Parque Ibirapuera
  • O Ibirapuera irá virar palco de megafestivais e raves, prejudicando o bem-estar e fruição dos usuários do Parque.
  • Os parques perderão sua identidade com a implantação de outdoors, anúncios e propagandas ostensivas.

Verdades sobre a Privatização do Parque:

  • O acesso aos parques continuará gratuito e livre, garantindo a diversidade do público e o acesso universal a pessoas com dificuldade de mobilidade.
  • A Fauna e a Flora dos parques serão rigorosamente preservadas.
  • Os eventos, atrativos e atividades dos parques respeitarão as áreas verdes e a fauna.
  • O lago do Ibirapuera contará com um monitoramento de qualidade da água e terá suas margens revitalizadas para propiciar recuperação da paisagem e melhorar a experiência dos visitantes.
  • A paisagem do Parque Ibirapuera é tombada pelo patrimônio histórico e será devidamente conservada, mantendo a identidade e a beleza do Parque.
  • As edificações e monumentos tombados no Parque Ibirapuera terão sua infraestrutura recuperada e serão restaurados, seguindo as especificações do edital de concessão, sem alterar sua identidade arquitetônica.
  • As atividades educativas, de pesquisa e geração de conhecimento, serão fomentadas e ampliadas. A educação e consciência ambiental é um dos pilares das atividades da Concessionária.
  • A área impermeável do Parque Ibirapuera não poderá aumentar e a substituição de áreas pavimentadas por áreas verdes permeáveis será realizada em determinadas áreas, conforme diretrizes do edital.
  • O Parque Ibirapuera não sofrerá qualquer processo de descaracterização de sua identidade, enquanto parque urbano.
  • Estão previstas recuperação e revitalização dos espaços degradados, troca de equipamentos antigos e/ou deteriorados.
  • Serão estabelecidos novos padrões de qualidade para os produtos e serviços oferecidos nos parques, de acordo com legislação vigente e de acordo com níveis internacionais.
  • Espetáculos e eventos continuarão sendo realizados nos parques, em especial no Parque Ibirapuera, obedecendo a a legislação vigente (licenças, alvarás, padrões de ruído, Lei Cidade Limpa).

 

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