Moro recebe lista dos torcedores "barra-bravas" com histórico criminal na Argentina
BUENOS AIRES, ARGENTINA - A ministra de segurança argentina, Patricia Bullrich, entregou nesta sexta-feira (31) a Sergio Moro, em Buenos Aires, uma lista de 5.000 argentinos com histórico criminal por episódios de violência em estádios de futebol, os chamados "barra-bravas".
O governo federal teme que torcedores violentos venham para a Copa América, que acontece de 14 de junho a 7 de julho com jogos em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador.
"A ideia é evitar que entrem no Brasil e, se entrarem, que não tenham acesso aos estádios", afirmou Moro. "Os turistas e os torcedores latino-americanos serão muito bem-vindos no Brasil, mas vamos barrar torcedores com histórico de violência", completou.
Bullrich acrescentou que, além de adotar essa medida, a Argentina também enviará uma equipe de agentes que atuará nas cidades em que a seleção argentina for jogar, "para evitar que ocorram distúrbios".
O acordo firmado entre os dois países, disse Moro, pode se estender, num segundo momento, aos outros da região, mas se inicia com esses dois "por serem os de maior população e com mais problemas com torcedores violentos e inadaptados".
Moro está em Buenos Aires para encontros preparatórios da visita do presidente Jair Bolsonaro ao país, no próximo dia 6.
O ministro brasileiro aproveitou a ida ao país para assistir à final da Recopa Sudamericana, nesta quinta (30). Moro é torcedor do Athletico, derrotado por 3 a 0 pelo River Plate na decisão.
No evento desta sexta-feira, estavam presentes representantes dos demais países que participam do torneio no Brasil. Porém, estes não entregaram listas de torcedores violentos para que o mesmo procedimento seja realizado com os visitantes de outras nacionalidades.
Moro afirmou que o Brasil possui um registro parecido de torcedores "inadaptados" que também compartilhará com países da região quando houver competições internacionais semelhantes.
Bullrich chamou a atenção para o fato de alguns grupos de "barra-bravas" estarem ligados a cadeias de crime internacional, e que este havia sido um dos temas da reunião com Moro. Porém, nenhum dos dois ministros deu detalhes sobre este assunto.