Chega ao Brasil medicação específica para tratar câncer em cães
O mês de abril é marcado pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado no último dia 08. A data foi criada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) com objetivo de conscientizar a população global sobre a segunda principal causa de morte em seres humanos. No entanto, essa doença silenciosa, que se caracteriza pelo crescimento desordenado de células, também afeta os animais, principalmente cães.
Dados apontam que em países desenvolvidos o câncer é a principal causa de morte em cachorros. No Brasil, não há dados concretos, mas tudo aponta que as estimativas caminham para a mesma direção e um dos principais fatores associados é o aumento da longevidade dos animais. Vacinas, rações de boa qualidade e tratamentos alternativos aumentaram a expectativa de vida dos cães, que com a idade mais avançada sofrem com a redução da capacidade imunológica.
As causas podem ser muitas e inclusive combinação de fatores como mutações genéticas, poluição, exposição ao fumo e dietas. Há teorias também que associam o câncer em animais a fatores emocionais como medo, estresse e luto. Entender o porquê da doença não é fácil e após receber o disgnóstico, muitos tutores se sentem perdidos e ansiosos para o futuro. Tumores, exames, quimioterapia, cirurgias e uma gama de medicações e tratamentos passam a fazer parte da rotina de cães e tutores afetados pela doença.
Um estudo realizado no Reino Unido aponta que um a cada quatro cães pode desenvolver câncer. Não há dados oficiais no Brasil, mas entre os tipos de tumores diagnosticados com mais frequência estão os mamários, hematopoiéticos (linfomas e leucemias) e de pele (mastocitoma). Segundo informações do Estadão, também há crescimento de registros de tumores hepáticos, de bexiga e pulmonares. Estudos na área crescem e com eles a maior precisão e rapidez de diagnóstico, permitindo que o tratamento tenha mais chance de eficácia.
Além dos tratamentos padrões, que na maioria das vezes são vistos com desconfiança devido aos efeitos colaterais danosos e intensos, agora cães e tutores têm um novo aliado. O medicamento Palladia teve sua venda liberada no Brasil e significa um grande avanço para a medicina veterinária no país. O fármaco é atualmente a única terapia antiangiogênica e antiproliferativa especificamente desenvolvida para o tratamento do câncer em cães.
Uma das grandes vantagens do medicamento é seu menor índice de efeitos colaterais em relação à quimioterapia. O Palladia inibe a tirosina quinase bloqueando a atividade de vários receptores em células cancerosas e vasos sanguíneos. É indicado para o tratamento de cães com mastocitomas cutâneos recorrentes (de graus II ou III). Ele também se mostrou eficiente em pacientes em estágio terminal, que ganharam sobrevida de até seis meses.
O tratamento à base de Palladia não é associado à cura, e sim a uma maior expectativa e melhor qualidade de vida. O fármaco é distribuído pela multinacional Pfizer.
Outras alternativas
Muitos tutores buscam outras formas de tratar seus cãezinhos com câncer motivando a crescente procura por tratamentos holísticos, alternativos e naturais. O caso mais conhecido no país, registrado em SP, e noticiado exclusivamente pela ANDA, é o da cadelinha Luna. Diagnosticada em 2017 com um mieloma múltiplo, câncer raríssimo na medula óssea, a cachorrinha foi submetida a um tratamento multidisciplinar envolvendo dietas balanceadas e um tratamento hemopático à base da planta viscum album.
Luna não só teve todos os sintomas regredidos, como foi considerada curada. Sendo o primeiro caso na história da Medicina Veterinária em todo o mundo. O caso da cachorrinha chamou atenção de vários países e em breve mudará a literatura veterinária..