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Burnout: como identificar e cuidar da saúde mental

Burnout: como identificar e cuidar da saúde mental

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A Síndrome de Burnout é cada vez mais comum no ambiente de trabalho e está diretamente ligada ao estresse crônico profissional. Diferente da ansiedade ou da depressão, ela surge quando a pressão, as demandas e a exaustão se acumulam por longos períodos, tornando difícil dar conta das tarefas do dia a dia.
O Burnout se manifesta de três formas principais: exaustão física e mental, distanciamento ou sentimentos negativos em relação ao trabalho e queda na produtividade e eficácia profissional. Esses sinais podem se refletir tanto no corpo quanto na mente: cansaço extremo, irritabilidade, dificuldade de concentração, alterações de humor, ansiedade e até problemas de sono.
Mas o impacto não fica só no trabalho. O Burnout afeta a vida pessoal, interferindo nos relacionamentos, na autoestima, na motivação e até no interesse por atividades que antes eram prazerosas. Quem enfrenta jornadas longas, pressão constante, horários irregulares ou ambientes com demandas excessivas e liderança abusiva tende a estar mais vulnerável. Profissionais de saúde, professores,
advogados, profissionais de tecnologia e segurança pública estão entre os mais afetados. Ainda assim, qualquer pessoa pode se beneficiar de práticas simples de autocuidado, como pausas regulares, exercícios físicos e momentos de conexão com colegas e familiares.
O diagnóstico deve ser feito por um médico do trabalho, com apoio de especialistas em saúde mental (psicólogo/psiquiatra), que consideram tanto os sintomas quanto o contexto laboral. Estigmas e a falta de informação ainda dificultam a busca por ajuda, o que pode agravar o quadro. O tratamento individual é fundamental, mas o apoio da empresa também faz diferença. Flexibilizar tarefas, criar pausas regulares, oferecer espaços de lazer, programas educativos e uma comunicação acolhedora ajudam a aliviar a pressão e prevenir recaídas.
No Brasil,o SUS oferece atendimento especializado por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), mas muitas empresas também têm adotado programas próprios, com screenings de saúde mental, telepsicologia, capacitação de líderes e campanhas de conscientização. Um ambiente de trabalho saudável é aquele que equilibra demandas e capacidades, promove respeito e acolhimento, incentiva o
desenvolvimento pessoal e garante suporte especializado quando necessário.
Cuidar da saúde mental é uma responsabilidade compartilhada entre colaboradores, liderança e especialistas. Quando o cuidado é contínuo e estruturado, beneficia tanto os profissionais quanto a organização, promovendo mais produtividade, qualidade de vida e bem-estar.


Julianne Giacomino é psicóloga clínica, com pós-graduação em Gestão de RecursosHumanos e em Neuropsicologia em andamento. Atua em consultório particular, ambulatório virtual, gestão de crise e especialista em conteúdo técnico e científico em saúde mental na Caliandra Saúde Mental. É coautora dos capítulos “O ambiente de trabalho saudável em instituições de saúde” (2023) e “Epidemiologia dos transtornos mentais na mulher” (2024).

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