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Máquina do Tempo - Jockey Club de São Paulo no Hipódromo da Mooca

Máquina do Tempo - Jockey Club de São Paulo no Hipódromo da Mooca

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O Jockey Club de São Paulo é parte integrante da história da cidade. Sua fundação se deu em 14 de março de 1875, com o nome de Club de Corridas Paulistano. No início eram apenas 73 sócios – jovens e senhores da elite empresarial paulista - e um capital de 9 contos e 90 mil réis. Os dois principais fundadores foram, pela ordem, Raphael Aguiar Paes de Barros e Antônio da Silva Prado, posteriormente conhecido como o Capitão Antônio Prado. 


O jovem Raphael Paes de Barros, filho do Barão de Itú e neto do Barão de Iguape, foi enviado, por seu pai, para estudar na Inglaterra. Voltou engajado na luta pela libertação dos escravos e apaixonado e entusiasta das corridas de cavalos, esporte que vivia seu grande apogeu na Europa.

A primeira corrida oficial do Jockey Club de São Paulo aconteceu em 29 de outubro de 1876, no Hipódromo da Mooca, na rua Bresser. Com direito a apresentação de banda de música e presença de um grande público. Os dois únicos cavalos inscritos, Macaco e Republicano, tiveram a honra de inaugurar as raias instaladas nas colinas da Zona Leste da Capital. Apesar do favoritismo de Republicano, Macaco levou o primeiro prêmio da Província. 

Vários foram os fatos que ajudaram a construir a história do Jockey Club de São Paulo. Uma das grandes passagens se deu em 10 de julho 1877, quando ocorreu a primeira vitória de um cavalo tendo uma mulher como proprietária. O animal vencedor foi Corisco, pertencente à Maria Domitila de Aguiar Castro, neta da Marquesa de Santos. 


Mas engana-se quem pensa que a história do Jockey Club de São Paulo se resume às corridas de cavalos. Em 21 de abril de 1912, decolava do Hipódromo da Mooca um aeroplano pilotado pelo Comandante Edú Chaves, com destino ao Rio de Janeiro. Uma grandiosidade para a época.

O Hipódromo de Cidade Jardim              

Em 25 de janeiro de 1941 foi inaugurado o Hipódromo de Cidade Jardim, concebido por Fábio Prado, então Prefeito de São Paulo e Presidente do Jockey Club. Inicialmente existia a determinação para que o novo hipódromo fosse instalado no Ibirapuera. Quis o destino, no entanto, que o Jockey Club fosse instalado em Cidade Jardim. O ocorrido se deu graças a doação, pela Companhia Cidade Jardim, de uma área de 600 mil metros, local onde hoje situa-se o hipódromo Paulistano.

 

A Companhia City - que participou ativamente do processo de expansão da cidade de São Paulo - buscava a valorização daquele espaço que, na época, se colocava como um bairro distante, do outro lado do Rio Pinheiros. O Jockey Club de São Paulo foi, sem dúvidas, um dos principais pilares no processo de crescimento de toda a região. Ao mesmo tempo em que recebia o terreno de Cidade Jardim, o Jockey Club de São Paulo concluía a doação do antigo hipódromo da Mooca para a municipalidade, contribuindo, assim, de forma decisiva para o desenvolvimento daquela região industrial e comercial da zona leste da capital paulista. Na década de 50 o arquiteto francês Sajous promoveu uma grande reforma no hipódromo, remodelando sua linha arquitetônica para o clássico que compõe o desenho atual.

O Peso Político do Jockey Club

A primeira participação do Jockey Club de São Paulo na história política do país se deu logo depois de sua inauguração. Quando, sob a liderança de Raphael Aguiar Paes de Barros, foi um dos principais expoentes pela abolição da escravatura.
O Jockey Club de São Paulo teve, também, participação ativa na Proclamação da República (1889), bem como acompanhou a revolta paulista dos Tenentes em 1924. Além disso, participou em vários momentos das Revoluções de 30 e 32. 

Em 1941, ano de inauguração do Hipódromo de Cidade Jardim e auge da Segunda Guerra Mundial, o Jockey Club, em mais uma demonstração de força, posicionou-se firmemente para que o Governo Vargas promovesse a entrada do Brasil no conflito, ao lado das forças aliadas. 

Nas eleições presidenciais de 1954, o clube recebeu a visita de Juscelino Kubtischeck como candidato oficial à Presidência. Fato que se repetiu em 2006 quando o Jockey recebeu as visitas do então Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição na época, e do então candidato da oposição e atual Governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

O Jockey Club de São Paulo hoje


Hoje, o Jockey Club de São Paulo abriga cerca de 800 animais da raça Puro-Sangue Inglês. Esse é o contingente que forma os programas de corridas de Cidade Jardim aos sábados, a partir das 14 horas. Essas programações, normalmente formadas por 10 páreos cada, são reforçadas com a vinda de cavalos do Tarumã (PR), Gávea (RJ) e Cristal (RS). 

A estrutura para corridas do hipódromo de Cidade Jardim também merece destaque, contando com quatro pistas, sendo que as raias de grama, com 2.119 metros, e de areia, com 1.993 metros de volta fechada, são utilizadas para as corridas oficiais. 

O principal momento do ano é a realização do GP São Paulo, disputado em 2.400 metros, na pista de grama, e que representa o ponto máximo de uma rica programação que também inclui os GPs Presidente da República (G.2), OSAF (G.1), ABCPCC (G.1) e Juliano Martins (G.1), entre outras importantes provas. 

Com amplo estacionamento, o Jockey Club oferece gratuitamente ao público uma extensa área verde, com conforto, segurança e atrações para as crianças como o conhecido passeio de pôneis e o playground. Além disso, dois consagrados restaurantes atendem aos freqüentadores: Villa Jockey e Iulia Gastronomia & Eventos

 

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