Vacina de Oxford contra Covid-19 importada da Índia deve chegar amanhã ao Brasil
São 2 milhões de doses com uso emergencial já autorizado
O Brasil deve receber no fim da tarde desta sexta-feira 2 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 fabricada pelo Instituto Serum, na Índia. A carga vem a bordo de um voo comercial da companhia aérea Emirates e chegará ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Depois dos trâmites alfandegários, um avião da Azul vai transportar as vacinas para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
Essa vacina é a Covishield, desenvolvida pela universidade inglesa de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, que aqui no país tem parceria com a Fiocruz. É para este lote, que vem da Índia, que a Anvisa autorizou, no último domingo, o uso emergencial.
A expectativa do governo brasileiro era de receber as doses no último sábado, exatamente quando começou a vacinação no país asiático. De acordo com a agência de notícias Reuters, o Ministério das Relações Exteriores da Índia informou que o atraso ocorreu porque a Índia só passou a liberar as doses depois de abrir a própria campanha de imunização.
No início da semana, o governo indiano priorizou o envio de doses doadas para os países vizinhos. A partir desta sexta-feira, começa a distribuição das vacinas que foram comercializadas para outros países. O Brasil e o Marrocos vão ser os primeiros. Em seguida, a Índia vai enviar doses para África do Sul e Arábia Saudita.
Sobre os insumos que estão na China, tanto para a vacina da Fiocruz, quanto para a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac e pelo Instituto Butantan, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira que ainda não se pode dizer que existe atraso. Mas não tem previsão de quando esse material vai chegar ao Brasil.
O Butantan precisa dessa matéria-prima para fabricar mais 35 milhões de doses da CoronaVac até o mês de abril. E a Fiocruz também depende desses insumos para entregar 50 milhões de doses da Covishield até março.
E na tarde desta quinta-feira uma equipe da empresa União Química, parceira do Instituto Gamaleya, da Rússia, fez uma reunião virtual com a Anvisa. O objetivo é tentar viabilizar o início das pesquisas da fase 3, com testes em humanos, da vacina Sputnik V no Brasil. O primeiro pedido nesse sentido foi apresentado no fim do ano passado, mas a Anvisa não autorizou porque faltavam informações sobre a eficácia.
A farmacêutica brasileira informou que, assim que o estudo for autorizado, vai apresentar um pedido de uso emergencial para 10 milhões de doses e que, até o fim deste ano, pode vender até 150 milhões de doses para o Brasil.